Flavio R. Cavalcanti - 21 Ago. 2014
Como se faz um presidente É um estudo, tão completo e detalhado quanto possível, da campanha de JK pela presidência, desde a disputa pela indicação do PSD e os acordos com PR e PTB, além da evolução paralela das candidaturas Plínio Salgado e Ademar de Barros e as dificuldades da UDN para lançar um candidato viável, passando pela hostilidade ativa do governo Café Filho, as dissidências no interior do PSD e as ameaças veladas de golpe militar, até a análise dos resultados eleitorais por regiões, estados, capitais; organização, custos, financiamento, telhados de vidro, viagens, alianças locais; e os principais fatos do intervalo até a posse. O levantamento exaustivo das fontes de informação, aliado à falta de uma tese a priori; ao não-envolvimento com correntes, posições, versões, lendas e mitos brasileiros; e até a certo desinteresse pela política, ausente na produção do Autor ao longo da vida, podem ter contribuído para reduzir a carga simbólica, em geral focada sobre 2 ou 3 eventos e personagens famigerados, em favor de um quadro bem mais complexo, coletivo e chão. Com todo o respeito, e uma natural simpatia por Juscelino, não sobra grande figura alguma, para contar a estória a seu modo.
Autor e obraO livro é a primeira e, aparentemente, única edição da tese de pós-graduação defendida na Universidade de Chicago em 1978, sob o título The making of the president, Brazil 1955: the campaign of Juscelino Kubitschek. Também é um ponto fora da curva, na produção acadêmica do autor, em pelo menos dois aspectos: (1) Exceto por um breve panorama da literatura americana, publicado no Rio de Janeiro em 1976, e meia dúzia de conferências, toda sua vasta produção data de pelo menos 16 anos mais tarde, começando em 1994, após voltar aos Estados Unidos; e (2) Política é uma palavra quase inexistente, em mais de 30 páginas de seu currículo acadêmico História, Línguas (Português, Espanhol), Brasil e América Latina, Literatura, Cultura, Orientação educacional, Ciências da informação, Recursos de computação para educação e pesquisa. Tudo isso reforça sua afirmação de que o estudo foi decorrência de seu contato profissional com JK de 1972 a 1976. Riedinger formou-se na Butler University (Indianapolis) em 1967. Graças a uma bolsa da Ford Foundation (1968-1972), fez o mestrado na universidade de Chicago (1969); prosseguiu estudos em Harvard e Oxford; e iniciou pesquisas sobre o Brasil na Biblioteca do Congresso (Washington) e, a seguir, em várias bibliotecas e arquivos do Rio de Janeiro. De 1972 a 1977, foi professor de inglês no Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU), no Rio de Janeiro. Parece ter sido nessa atividade que veio a tornar-se professor de JK (inglês) e seu secretário para correspondência em língua inglesa, de 1972 até o acidente que vitimou o ex-presidente em 1976.
A datação das 50 entrevistas feitas com 29 personalidades da época oferece um quadro sugestivo sobre o andamento da pesquisa: Até o acidente de 22 Ago. 1976, tinham sido feitas somente as 19 entrevistas com JK (13 Set. 1973 a 4 Nov. 1975); além de 1 das 2 entrevistas com Dª Sarah Kubitschek (6 Abr. 1974 e 22 Set. 1977); e a entrevista com o ex-ministro Hermes Lima (4 Ago. 1976). Outras 4 entrevistas foram feitas ainda em 1976, de 14 Out. a 8 Nov. (Amaral Peixoto, Macedo Soares, Cordeiro de Farias, Etelvino Lins). Todas as demais 24 entrevistas, com outras 22 personalidades da época, foram feitas de Abr. a Out. 1977: Renato Archer, Alínio [?] Sales, Osvaldo Penido, Francisco Negrão de Lima, Ciro dos Anjos, Alphonsus de Guimaraens Filho, Juraci Magalhães, Francisco Rodrigues, Nelson de Melo, Tancredo Neves, Roland Corbisier, Lucas Lopes, Josué Montello, Clóvis Salgado, Nadir Martins, Antônio Chagas Freitas, José Eduardo do Prado Kelly, Carlos Heitor Cony, José Aflalo, Lucas Nogueira Garcez, Afonso Arinos de Melo Franco, José Américo de Almeida. Em 1975-1976, Riedinger também foi professor-adjunto de Literatura inglesa e americana na PUC-RJ. Esteve afastado do Brasil em 1978, quando defendeu a tese de doutorado na Universidade de Chicago, e retornou ao IBEU por mais um ano, em 1979. De 1979 a 1988, atuou na Comissão Fullbright, no Consulado dos EUA no Rio de Janeiro, quando montou em 13 cidades do Brasil uma rede de centros de orientação para brasileiros que desejam estudar e pesquisar nos EUA. São desse período as primeiras 5 apresentações listadas em seu currículo. No final do período, e com a aproximação da primeira eleição presidencial direta desde 1964, acompanhou a tradução e publicação de sua tese em forma de livro. Em 1989 obteve o grau Master of Library and Information Studies (MLIS) na Universidade da California e, ao que parece, estabeleceu-se em definitivo nos EUA. Praticamente toda sua vasta produção acadêmica acontece daí por diante. «» ª ÍndiceIntrodução Parte 1 – A campanha pela nomeação I – Chegando na esteira de Vargas II – A escolha pelo diretório III – Nomeado pela convenção Parte 2 – A campanha presidencial IV – Um oponente: a escolha de Lins V – Os adversários: as nomeações de Juarez e Ademar VI – Rumo às eleições? A repulsa de Canrobert e o apoio comunista VII – Rumo às eleições: a nova cédula e o final da campanha Parte 3 – A eleição e os resultados VIII – Análise da eleição e resenha pós-eleitoral IX – Resumo e conclusão Índice das Tabelas 1 – Unidades da federação por ordem de população, 1954 2 – Colocação para presidente e vice-presidente nas regiões por estado, capital, território e Distrito Federal 3 – Total de colocações em primeiro lugar nas regiões, estados, capitais, territórios e Distrito Federal 4 – Total de vitórias nos estados, capitais e territórios 5 – Apuração final dos votos Fontes consultadas Índice onomástico Livros sobre Brasília
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