Em Belo Horizonte a composição passou a agrupar seis carros,
tendo a caravana sido engrossada com o pessoal da VFCO e convidados especiais.
Às 18h30 desse mesmo dia 19 partia o segundo trem (da EFCB), conduzindo
a comitiva do Departamento Nacional de Estradas de Ferro e da Diretoria
de Vias de Transportes do Ministério do Exército, tendo
à frente seus respectivos diretores, engenheiros Horácio
Madureira e general Elysio Carlos Coutinho, figurando dentre os convidados
numerosos oficiais dentre os quais o ex-presidente do Conselho Ferroviário
Nacional, general Rodrigo Octávio Jordão Ramos.
Troca de máquinas
Na capital paulista, aonde chegou precisamente na hora estabelecida,
3h50 (Estação da Luz), essa composição
passou a ser tracionada por uma máquina da Estrada de Ferro
Santos a Jundiaí, também da RFFSA, prosseguindo a
viagem até esta última cidade, onde se processou nova
troca de máquina, desta feita fornecida pela Cia. Paulista
de Estradas de Ferro, que puxou o trem até Campinas, ponto
de baldeação para o traçado da Cia.
Mogiana de Estradas de Ferro.
Em Uberaba e Uberlândia procedeu-se a mais duas substituições
de locomotivas, conforme o programa organizado, completando-se a
viagem, no tempo previsto, depois de recuperar-se um atraso superior
a duas horas, determinado pela necessidade de trafegar em velocidade
muito reduzida nos trechos antigos da via permanente da estrada,
paralelos àqueles cuja retificação e modernização
encontra-se na etapa derradeira.
Histórico
A primeira providência relativa à ligação
ferroviária com Brasília foi tomada em novembro de
1956, quando o Departamento Nacional de Estradas de Ferro, autorizado
por decreto presidencial, dispensada a concorrência pública,
fez realizar coleta de preços para a execução
do reconhecimento, estudo e projeto da conexão da nova capital
com a Estrada de Ferro Goiás, hoje integrada na Viação
Férrea Centro-Oeste. O primeiro trecho estudado referia-se
a Brasília - Surubi, comum
às duas ligações Brasília
- Pirapora e Brasília - Pires do Rio, cujo traçado
foi, finalmente, aprovado, em portaria do diretor-geral do DNEF
em 30 de maio de 1957.
O segundo trecho, entre Surubi e Pires do Rio, teve seu projeto
igualmente aprovado em 29 de janeiro de 1959, pelo ministro de Viação
e Obras Públicas, despachando exposição de
motivos que lhe fôra encaminhada. A essa altura já
se iniciara a construção do percurso Brasília-Surubi
(outubro de 1957), enquanto o restante, daí a Pires do Rio,
somente começou em janeiro de 1959, sob a égide da
Cia. Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
Em 1962 os serviços voltaram ao controle do DNEF
que, dois anos mais tarde, atribuía os encargos, inicialmente
entregues a uma comissão especial, ao 7º Distrito Ferroviário,
sediado em Brasília, e, posteriormente, ao 4º Distrito
Ferroviário, localizado em Belo Horizonte. Finalmente em
1965 os trabalhos de construção da superestrutura
e complementação da infra-estrutura passaram ao 2º
Batalhão Ferroviário, da Diretoria de Vias de Transporte
do Ministério do Exército. Os serviços de assentamento
da via permanente, iniciados em junho de 65, terminaram em março
de 67, com a chegada da ponta dos trilhos ao pátio da
estação provisória de Bernardo Sayão,
a 17 quilômetros de Brasília, restando, agora, a conclusão
dos trabalhos de complementação da superestrutura.
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