Título
Título
Koogan-Houaiss:1565
Tasso Fragoso, Augusto;
São Luís (MA), 1869-1945. Participou da campanha
republicana e foi deputado federal pelo Maranhão
à Constituinte de 1891. Destacou-se na pesquisa científica
e como historiador militar. Ascendendo ao generalato, chefiou
o Estado-Maior do Exército (1921). Vitoriosa a revolução
de 1930, integrou, com Mena Barreto e Isaías de Noronha,
a junta governativa que assumiu o poder no país
QRad:211-213
Indubitavelmente o movimento [jacobino]
tem a conduzi-lo um discurso militar-positivista. Basta pensar nos
pilares ideológicos que o norteiam.
Dessa crença [deterioração
da ordem civil e superioridade moral da ordem militar]
— traço constante a repontar intermitentemente na
história brasileira a partir de então — decorreriam
as manifestações altaneiras contra os civis
em geral [Lembraria José
Maria dos Santos a conduta militar para com os civis nos
primeiros tempos do Governo Provisório, dizendo:
"Era sob o olhar sarcástico e quase desprezível
dos oficiais de ordenança e dos cabos de serviço
que aqueles paisanos atravessavam as ante-salas da ditadura
(...)" (A política geral do Brasil)]
e as convicções como aquelas expressas pelo
general Tasso Fragoso muitos
anos depois em discurso à beira do túmulo
de um outro general. Em resposta à pergunta auto-formulada:
"Que era a República para nós?"
— diria o militar que o 15 de novembro se devera a "almas
impelidas por um grande ideal, prontas a todos os sacrifícios,
cheias dessa altivez e independência de caráter
que não arrefecia, nos militares, nem diante dos
rigores da disciplina". O militar era digno, patriota,
reto, sincero. Sonhava "um regime ideal de ventura
humana, sem lugar para as violências e os apetites
egoísticos". Por isso, dirá: "Não
se pode avaliar o nosso desprezo pelos que faziam da política
um campo de exploração pessoal e se valiam
das posições para satisfação
exclusiva de sua vaidade ou de suas conveniências.
Queríamos ver extinta a raça dos que sobem
matreira e hipocritamente às culminâncias do
poder e uma vez aí esquecem os seus deveres e as
promessas formuladas e não coram de violar direitos
sagrados de seus compatriotas, estorvar-lhes a vida serena,
empecer o progresso do país em todos os ramos da
sua atividade e afinal desacreditá-lo no estrangeiro.
Para nós, o aparelho governamental deveria equivaler
a um mecanismo tão perfeito quanto possível,
de ordem e coordenação de esforços,
e nunca a um instrumento para realização das
ambições injustificáveis de certos
homens" [História
do Exército Brasileiro, vol. 2, p. 681-682 na edição
de 1972, Editora do Estado Maior do Exército]
SilvaHélio1889:108-109
O gen. Augusto Tasso Fragoso
teve um privilégio singular: na manhã de 15
de novembro de 1889, alferes-aluno da Escola Superior de
Guerra, tomou parte nos acontecimentos que marcaram a queda
do Império; em 24 de outubro de 1930, membro da Junta
Pacificadora, impôs ao presidente Washington Luís
a renúncia, marcando a morte daquela mesma República
que saudara ao nascer.
Discípulo e admirador de Benjamin Constant, formando no
meio de uma mocidade igualmente positivista e republicana, o seu
testemunho ressalta e exalta a figura daquele a quem chama de Mestre.
SilvaHélio1889:116
Três dias depois dessa festa [Ilha
Fiscal, 9.11.1889], ao terminar a sua aula na Escola
Superior de Guerra recebe ele [Benjamin
Constant] nova e significativa homenagem, quando
é saudado pelo ten. Saturnino Cardoso, pelo cap.
Mena Barreto, pelo alferes-aluno Tasso
Fragoso cuja oração tem esta passagem
significativa:
"Mestre! Nós delegamos em ti nosso
modo de pensar, de agir e de sentir na transformação
prestes a se passar em nossa Pátria".
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