Flavio R. Cavalcanti
Quando o Distrito Federal foi demarcado pelo Serviço Geográfico do Exército, — e JK estava apenas iniciando sua campanha pela Presidência da República, — Planaltina e Braslândia já existiam. Um movimento popular de reivindicação de direitos, — já durante a construção de Brasília, — fez a cúpula da Novacap planejar, às pressas, a vila de Taguatinga, junto ao Contorno da bacia hidrográfica do Paranoá. O plano urbanístico de Lúcio Costa, — Plano Piloto de Brasília, — previa a criação de cidades satélites só num futuro ainda considerado distante, na época. Mas a necessidade de planejar às pressas a vila de Taguatinga fez com que se iniciasse logo o planejamento de mais duas cidades satélites. Uma delas, destinada a funcionários públicos, inicialmente seria localizada nas proximidades da represa do Paranoá, mas não houve concordância, e afinal foi localizada na antiga fazenda do Gama, — cujo nome recebeu, — bem longe do Contorno. A outra cidade satélite planejada, — com projeto urbanístico corrigido e aprovado por um representante de Lúcio Costa, — deveria servir de base à colonização e produção rural para o abastecimento de Brasília. Foi localizada na área da antiga fazenda Sobradinho, também afastada do Contorno. Uma imprevidência, — as águas do lago Paranoá, em formação, já subiam em direção aos candangos da Vila Amaury, — justificou novo improviso, levando inúmeras famílias para Sobradinho, ainda sem infraestrutura ou projeto de desenvolvimento rural.
Para atrair uma classe social mais "elevada", — e que não mostrava interesse em morar na nova capital, — desde cedo se planejou o Setor de Mansões Parkway (SMPW), dentro do Contorno, com terrenos enormes, muitos deles presenteados, e os demais vendidos a preço baixíssimo, facilitado a perder de vista. Também não houve planejamento para assentar e engajar os candangos e famílias da Cidade Livre (Núcleo Bandeirante) e diversos acampamentos, — Paranoá, Vila Planalto, Metroplitana, Candangolândia, DNOCS etc. O Núcleo Bandeirante acabou sendo fixado não muito tempo depois da inauguração de Brasília, — mas permaneceu "engessado" durante muitos anos. Os "acampamentos" menores, só foram legalmente fixados após a redemocratização, quando muitos dos pioneiros e seus descendentes já tinham desistido e vendido os "direitos" a outros. O Cruzeiro fazia parte ou foi incluído no Plano Piloto de Brasília como setor residencial ligado ao abastecimento (SIA). Com a mesma função, em tese, na década de 60 foi criado o SRIA ou Guará. Outro projeto de agrovila foi iniciado em São Sebastião. O êxodo rural, — permanente, desde a construção da cidade, — e outros fatores fizeram com que Brasília e o novo Distrito Federal rapidamente ultrapassassem todas as previsões de expansão urbana. A redemocratização do país, a partir de 1985, encontrou o Distrito Federal excessivamente "engessado", com grande déficit de moradias, falência da função social da Shis e desativação do antigo BNH. Lote (ou promessa) tornou-se moeda eleitoral. Invasões, de todas as classes sociais e empresariais, foram praticamente liberadas, quando não incentivadas e organizadas. O cinturão verde que deveria envolver a cidade e proteger a bacia hidrográfica do Paranoá, o Contorno, foi totalmente rompido a oeste da Asa Sul, formando uma urbanização quase contínua (conurbação) da área central de Brasília até Ceilândia e Recanto das Emas. Com isso, as áreas conurbadas envolveram as nascentes e bacias de captação de águas dos córregos do Guará, Vicente Pires, Águas Claras e Riacho Fundo, tributários do Paranoá |
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