Terminais ferroviários de grãos em Brasília
Planalto Agrícola, 1992
Flavio R. Cavalcanti - 25-Ago-2002
Só no início dos anos 90, ao procurar uma empresa
de encomendas rodoviárias (Real? Itapemirim?) ou uma empresa
de mudanças, conheci por dentro o Setor de Transporte Rodoviário
de Cargas (STRC) — uma expansão do Setor
de Indústria e Abastecimento (SIA), para além
do Setor de Inflamáveis (SIN), ao longo da via férrea
principal e da variante do SIA.
Essa área mais recente do SIA limita-se pela Via Estrutural
e, nos 2 lados restantes, pela área de preservação
ambiental das nascentes do córrego do Guará — a ponta
do Parque do Guará, entre a "Vila
Tecnológica" (Guarazinho, ou Conjunto Oscar Niemeyer)
e o SIN, onde se dispersam a fumaça e o cheiro da usina de
asfalto.
Foi quando tomei conhecimento dessa instalação de
embarque ferroviário de soja, de uma empresa privada, a Planalto
Agrícola.
[Até então, só conhecia o embarque rudimentar
que era feito pela RFFSA no Armazém
de carga da antiga Estação Bernardo Sayão;
e o silo descomunal da Conab (Cia. Nacional de Abastecimento),
próximo à Ceasa. Ontem, pelo Lucas Lieggio, na lista
de discussão Ferrovia Global, fiquei sabendo que também
existe uma instalação de embarque de soja no Setor
de Armazenagem Norte (SAAN) um pouco ao norte da Estação
(Rodo-) Ferroviária de Brasília].
Após duas ou três viagens para fazer essas fotos,
em finais de semana, finalmente consegui ir lá durante a
semana (creio que no inverno, ou "seca", de 1992) e conversei
com o responsável pela empresa em Brasília. Como ainda
não localizei as notas dessa visita, escrevo de memória.
A empresa estava se preparando para utilizar a hidrovia Paraná-Tietê,
embarcando soja em São Simão (quase na ponta do Triângulo
Mineiro) com destino a São Paulo. Possivelmente Piracicaba,
onde um colega informou a existência de instalações
para trasbordo hidrovia / ferrovia, rumo ao porto de Santos.
São Simão não tem ferrovia, por isso acredito
ser pouco provável que o projeto se referisse a esta soja
embarcada em Brasília, e colhida em áreas bem próximas
— principalmente o PAD-DF, próximo à divisa de Minas
Gerais, a leste, que só percorri em 1995.
O mais provável é que o projeto de transporte hidroviário
dessa empresa visasse a soja plantada no sudoeste de Goiás,
no eixo Mineiros - Jataí - Rio Verde, percorrido pela BR-60
(Brasília - Corumbá, MS) e com conexão asfaltada
para São Simão, a apenas 200 km de Jataí.
Pretendia voltar à empresa, para conversar com um gerente
ausente naquele dia, mas isso acabou não acontecendo.
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